segunda-feira, 23 de março de 2009

People are stranger(rrr)

Introdução do texto da outra pessoa da pessoa:
São 1543 dias de pura oscilação. Pra ser honesta na maioria deles nem lembrava, em alguns daria um dedinho para por fim naquela nuvem de dúvidas.
É curioso sentirme-bem ao seu lado e divertir-me com a insegurança estampada em sua face. Na hora, ali, sinto uma coisa tranquila e resolvida. 10 dias depois continua tranquila. Mas tem outros dias que me sinto atordoada.

Gritam aos quatro cantos que são adultos o suficiente para escrever o ponto. Depois ficam queimando por dentro e por fora sem saber o real porquê. Ele se choca com a independência dela e ela se choca com a falta de atitude dele. Nesse choque pra lá, fadiga pra cá, o tempo passa e tudo muda, menos uma coisa.

O fato é que percebem a cada dia o quanto se importam um com o outro, ao mesmo tempo que se julgam e se condenam, pagam com o silêncio.

Ele se fantasia, ela se abre.
Ele se aproxima, ela se afasta.
Ele dissimula, ela se ofende.
Ele pede, ela dá.
Ele dá, ela recua.
Ele acena, ela se esconde.
Ele mantém a dependência, ela quer que se desprenda e voe.
Ele provoca, ela disfarça.
Ele nunca fala, ela fala demais.
Quando ele fala, ela reprova.
Ele ataca, ela se faz de vítima.

A verdade é que tudo mudou, menos aquela que ninguém sabe o nome, cor e tamanho.
O tempo passou, mas a não-história não.
É mais fácil achar que é só vontade, que logo passa. E lá se vão mais 300 dias, alguns novos, outros não, alguns estranhos, outros mais coloridos. E a coisa se arrasta até o dia que a areia da ampulheta terminar de cair de um dos lados. Provavelmente nessa hora o outro lado vai surtar e fazer tudo que o lado 1 queria que tivesse feito 1300 dias antes. Aí acaba, de vez, pelo menos para um.

A ligação é curiosa. Idêntica de ambos os lados. E intensa o suficiente para suportar atrocidades e loucuras e deixar o afeto intacto. Seria o orgulho o vilão? Ou será que a sinceridade só está de um lado? Se eles não sabem, nós jamais saberemos!

Ela pensa que para ele é apenas um troféu, testes machistas de virilidade, ao mesmo tempo que se comove com algumas lembranças e outras atualidades.
Ele tem certeza que ela é a única cega de paixão e ofende-se com o desprendimento verbal e as críticas ásperas dela.
Ela tinha certeza que ele a surpreenderia, ele tinha certeza que ela cederia.
Ela acha que não quer, ele não sabe se é só vaidade.
Ele é prepotente, ela se faz de pequena.
Ele se assusta, ela se vinga.
Ela critica a falta de humildade dele, ele a menospreza para se vingar.
Ela percebe que a doença se repete, ele dá dicas para provocar essa percepção.
Ele precisa de andador, ela voa.
Ele se fecha por medo, ela se abre para outro.
Ela perde o sono por 30 minutos, ele não dorme há anos.
Ela sente o peso da ligação, ele reclama do clima.
Ele busca o reconhecimento para provar que é capaz, ela torce por ele.
Ele mente para se fazer grande, ela o derruba.
Ela parou de buscá-lo, ele a rodeia há anos.
Ela fugiu, buscaram-na para ele.
Ela fugirá novamente, ele olha para o próprio umbigo.
Ele tem sindrome de vítima, ela de super-heroína.
Ele busca a figura materna, ela busca emoção.
Ela sabe como brincar com ele, ele acha que sabe como prendê-la.
Ela sente-se presa ás sensações, ele quer prendê-la no pé da mesa.
Ele se faz de rei, ela tem vergonha dele por isso.
Ele não admite, ela demite.

Ele busca alguém que o mantenha, ela espera por alguém que saiba dançar.
Ele busca apoio emocional, ela quer música alta.
Ele busca aprovação, ela quer fazer um mundo melhor.
Ele gosta de prestígio, ela prefere sonho de valsa branco.
Ele quer ouro, ela prefere verde pistache cor de sorvete.
Ele tem vergonha, ela vai sem calcinha.

São tantas diferenças!
São tantas as chances de fazer algo único!
E são tantas as chances de errar!
A exigência faz parte do protocolo.
Protocolo não combina com ela.
Pronto. Já sabemos onde acabará primeiro.

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